terça-feira, 6 de julho de 2010

As meninas


Saíra de casa com tanta pressa que nem tivera tempo de comprimentar todas as pessoas conhecidas com quem cruzara pelo caminho. Esava atrasada naquele dia. Mal percebera que lindo dia de sol fazia naquele início de tarde. E que agora, também mal podia vê-lo devido a todas as limitações que existem em se ver o mundo por aquela janelinha empoeirada do metrô.
Já acomodada, pudera enfim prceber as pessoas que estavam no vagão aquele dia e escolher as quais iria se ater durante grande parte daqueles 30 minutos de casa até a faculdade. Se tinha alguma coisa que lhe encantava mais que os mistérios do mundo, era gente. Gostava de observá-las. Todas elas. Eram tantas e tão diferentes... E imaginar suas vidas fora daquele vagão de trem lhe despertava bastante curiosidade.
Entre tantos homens e mulheres que observava, desviou o olhar para as pessoas que entravam e saiam na estação seguinte. Então pode perceber que à apenas algumas cadeiras, antes vazias, assentavem-se lentamente três meninas. Trajavam roupas muito simples e muito pequenas, parecendo ser aguns números menor que as próprias meninas. Com um semblante infantil e chinelos nos dedos uma delas, inquietante quando sentada, permaneceu de pé ao longo do caminho. Reparou que ninguém as acompanhava. Não soube bem o porquê, mas aquela cena lhe havia chamado mais atenção do que todas as outras para as quais tinha agora a vista turva.
Para onde vão aquelas meninas? Se perguntava. Eram tão poucas e tão pequenas... E conversavam distraídamente sobre alguma bobagem do dia anterior ou qualquer coisa do imaginário infantil. Ela observou as meninas até descerem na próxima estação e desaparecerem com seus passos curtos na paisagem ensolarada.
Para onde vão aquelas meninas? Os olhos dela não souberam responder. Afinal eles tampouco conhecem ainda todos os caminhos do mundo.

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